sexta-feira, 27 de maio de 2016

ENTREVISTA COM UM ESCRITOR DE RUA

A entrevista abaixo foi publicada em minha página no Facebook em janeiro, portanto, os números já são outros, mas, na essência, é isto aí:

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Há cinco meses, Eduardo Lages passa seus dias escrevendo na Av. Paulista, enquanto vende seu primeiro livro, "Querido Jaime", do qual já vendeu 700 cópias! Na entrevista abaixo, conversamos sobre sua rotina de autor independente. Aproveite! E inspire-se! ;)
("Querido Jaime" pode ser comprado como e-book no site da Amazon. Para cópias físicas, encontre-se com o autor na Av. Paulista, número 2000, e aproveite para bater um papo! Ou entre em contato com ele pelas redes sociais, que ele envia o livro para todo o Brasil via correios.)


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ENTREVISTA COM EDUARDO LAGES, ESCRITOR DE RUA

Desde quando você é escritor de rua? Como surgiu essa ideia?
Sou escritor de rua há cinco meses. A ideia surgiu quando vi que seria muito difícil publicar por vias convencionais, então decidi que ia tentar vender meu livro na rua :)

Ainda enquanto escrevia seu primeiro livro, você já planejava vendê-lo nas ruas uma vez que o tivesse concluído?
Quando eu comecei a escrever o livro eu ainda não tinha inventado esse negócio, mas foi rápido até chegar nessa ideia, haha.

Você largou um emprego tradicional, com carteira assinada, para viver exclusivamente dos seus escritos. Sentiu-se inseguro ao tomar essa decisão? Tinha um plano B?
Eu larguei o meu emprego também porque não aguentava mais ele. Eu precisava mudar minha vida, então a literatura me abraçou e foi muito boa comigo. Eu estava com medo no início, mas desde o primeiro dia deu tudo certo, então fui ganhando confiança no que eu estava fazendo. :)

A Avenida Paulista foi apenas uma escolha óbvia, devido ao grande movimento, ou houve outros motivos? Pretende vender seu trabalho em outros pontos?
Eu amo a Paulista, sempre gostei de lá, mas claro que o número de pessoas que passam por lá todos os dias foi um fator primordial pra eu escolher esse ponto.

Conte-nos um pouco sobre como foi seu primeiro dia na Avenida Paulista. Foi bem sucedido, sentiu-se animado?
Meu primeiro dia na Paulista foi cheio de nervosismo e alegria. Fui bem sucedido e vendi bastante, de cara. Foi um dos dias mais esquisitos e felizes de que eu me lembro.

De quanto foi sua tiragem inicial? Esgotou em quanto tempo? Você a financiou com suas próprias economias ou buscou outras fontes, como empréstimo ou financiamento coletivo?
Minha primeira tiragem foi de 100 exemplares, e logo depois que esgotou, mandei fazer 200, e assim foi. Com o dinheiro que arrecado nas vendas, banco a próxima edição e tiro meu lucro.

Num dia bom, quantos livros em média você vende?
Num dia bom, eu vendo 10 livros, em média.

É difícil concentrar-se para escrever em plena Avenida Paulista, e sendo abordado por leitores? A escrita rende?
A escrita rende sim, haha, tem muita referência e inspiração por lá.

As pessoas ficam receosas, tímidas em abordá-lo, ainda mais ao vê-lo escrevendo? Ou o abordam com naturalidade?
Sim, algumas ficam um pouco receosas, mas sempre é muito gostoso o contato.

Você, como tantos jovens autores, e eu me incluo nisso, se autopublicou. Tem gostado da independência de vender diretamente aos leitores, definir o preço de capa, margem de lucro? Vale a pena trocar isso por uma editora tradicional, se tiver a oportunidade?
Eu sou suspeito pra falar. Desde o início queria ser independente, nunca sonhei com editora, nem corri atrás. Então, pra mim, sim, vale super a pena.

Falemos agora de e-books. Seu livro também pode ser encontrado à venda na versão eletrônica pelo site da Amazon. Mas sabemos que no Brasil o livro impresso ainda tem um apelo muito maior junto ao público leitor. Como tem sido sua experiência com e-books? A venda tem sido tão boa quanto a venda de livros físicos?
A venda do e-book está começando a aquecer agora. Os livros físicos ainda vendem muito mais, mas vale a pena ter o livro na Amazon!

Qual a importância da divulgação? Já houve leitores que foram à Paulista exclusivamente para conhecê-lo e adquirir o livro após vê-lo nas redes sociais?
Sim, através da divulgação, muita gente já foi me procurar lá! É muito bacana!

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