quinta-feira, 26 de maio de 2016

A Falácia das Antologias

Em grupos de escritores de que participo no Facebook, vejo constantemente chamadas para antologias. Pergunto-me que vantagem pode ter, para um escritor, com todas as facilidades de autopublicação de hoje em dia, participar de algo assim.

O alcance dessas antologias parece mínimo. E se ainda por cima for daquelas que exigem que o autor adquira parte da tiragem, aí então me parece um péssimo negócio, mesmo! (Sequer serve para sentir aquele gostinho de ter um livro publicado, porque, né... é só um conto.)

A "editora" reúne 20 autores, faz com que cada um adquira vinte exemplares como condição para publicar, e com isso esgota uma tiragem de 400 livros. Embolsa o dinheiro (venda certa, lucro certo -- o autor TEM que adquirir sua cota, são as regras) e vai feliz em busca de novas vítimas incautas para o próximo "projeto". O autor que se vire com aqueles vinte livros embaixo do sovaco: vende um pra mãe, outro pra avó, um terceiro pra uma tia, dá outros tantos para uns amigos, guarda um na própria estante, e os outros viram calço de mesa.

Como autora, sinto-me bem mais à vontade em oferecer um conto meu na Amazon a dois reais que um livro de mais de trinta pilas com aquele mesmo conto meu.

Já como leitora, eu prefiro mil vezes comprar um conto isolado (como um e-book na Amazon, por exemplo) de um autor que me interesse a ter que comprar um livro inteiro (normalmente caro) recheado de trabalhos de ilustres desconhecidos porque tem UM conto que me interessa ali. Não parece justo para nenhuma das partes.

A vontade de publicar é grande, ainda mais para os que estão se iniciando no processo, ansiosos, inexperientes, e doidos para soltar o filhote no mundo. Mas não se apressem nem se precipitem. Estudem bem suas opções.



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